terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Futura Queridinha de Hollywood

Vamos ao que interessa. O Oscar já passou e, graças ao pingo de sanidade que ainda teima em existir no Academy Awards, o francês The Artist faturou merecidas estatuetas. Quem acompanha o Titio Sam sabe o que penso da premiação. Quem caiu de paraquedas clica aqui. O que quero comentar hoje é sobre o tapete vermelho e, principalmente, quem caminhou sobre ele.

Aqui nos Estados Unidos, para muitos, a parte mais esperada da premiação acontece do lado de fora do Kodak Theatre. O ápice é acompanhar a chegada das celebridades à cerimonia. Principalmente, o festival de poses das atrizes para os urubus-paparazzis. Esta é uma oportunidade rara em que seres comuns e ordinários tornam-se superiores as estrelas do showbiz. É o momento onde o público é mais forte que Hollywood e submete suas amadas a críticas impiedosas, ou aclamação total.

O critério? Vestuário. Em outras palavras: o vestido caiu bem? O sapato combinou com a bolsa? Que tal o novo corte de cabelo?

Aquelas que encontram o sucesso frequentarão programas de grande audiência na televisão e ilustrarão capas de revistas nas próximas semanas. As fracassadas ganharão lugar em tabloides e se trancarão em casa a espera de algum escândalo que desvie a atenção para outra infeliz. Não há piedade no tapete vermelho.

Deixo a desgraça alheia de lado e escrevo aqui sobre as gladiadoras que brilharam na arena.


Gwyneth Paltrow adotou o minimalismo e esbanjou elegância.



Penelope Cruz, de Giorgio Armani, deixou as costas de fora.



Angelina Jolie, sempre sexy, mostrou a perna direita.



Natalie Portman adotou o perfil delicado.




Apesar disso, a rainha da noite não saiu do grupo das já consagradas queridinhas da América. Mas não há dúvida que é questão de pouco tempo para ela chegar lá. Quem mais enfeitiçou o público no último domingo foi Jessica Chastain. A atriz, de 30 anos de idade, começou no cinema em 2008 e recentemente atuou ao lado da vencedora do Oscar de melhor atriz-coadjuvante, Octavia Spencer, em “Histórias Cruzadas” e também do ator Brad Pitt, em “A Árvore da Vida”.

Chastain tem a combinação perfeita para fazer sucesso em Hollywood: charme e talento. Há quem diga que ela ainda conta com o tipo de beleza parecido com o de Julia Roberts. Ponto pra ela, Pretty Woman.


Jessica Chastain encantou a todos no seu vestido preto e dourado by Alexander McQueen.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tributo a Bob Dylan

Ouvi falar em Bob Dylan a primeira vez quando estava na oitava série. Lembro bem do dia. Tinha passado em um sebo perto de casa para ver se encontrava alguns livros do tipo “leitura obrigatória” para futuros universitários – coisa do tipo Capitães da Areia de Jorge Amado, ou Memórias de um Soldado de Milícias de Manuel Antônio de Almeida. João, o dono do lugar, estava atrás da mesa segurando a capa de um bolachão. Na vitrola, o vinil girava a 78 rotações por minutos.


- Quem é o cara?
- Que cara?
- O cara que está cantando.
- Dylan
- Dylan?
- Bob Dylan.
- Hum...
- Você não conhece Bob Dylan?
- Ah... Bob Dylan! - faço cara de entendido.
- Você não conhece, né?
- Ah...eu...ok, não conheço.


João é um cara bacana e, depois de trocar o ar de espanto por um sorriso simpático, fez questão de ser solidário. “Acho que você vai gostar desta música”, disse. No alto da prateleira, uma pequena caixa de som coberta em poeira anunciava os primeiros acordes de “Blowin’ in the Wind”. Desde então, Bob Dylan tem lugar garantido no meu playlist.


Acontece que Bob Dylan é um dos artistas norte-americanos mais regravados. Fazer cover de Dylan é cool e geralmente vende bem. Jimmy Hendrix conseguiu bons trocados com a versão de All Along the Watchtower e Guns N’ Roses colocou Use Your Illusion II nas paradas de sucesso com a ajuda de Knockin’ on Haven’s Door. São versões boas, assumo. Mas há muitas ruins também. Dylan, uma vez, em um momento de amargura e auto-reflexão, foi direto ao ponto: “minha música abriu a porta para muitos artistas, que passaram e me deixaram segurando a maçaneta”.





Por essas e outras, sempre fico com o pé atrás quando escuto alguém tocando Bob Dylan, ou vejo um novo CD de tributo a ele. No entanto, sei reconhecer o que tem qualidade e por isso recomendo “Chimes of Freedom” - um álbum quádruplo lançado para homenagear Dylan e celebrar os 50 anos da Anistia Internacional. Entre os músicos convidados, estão Dave Matheus Band, Joan Baez, Pete Towshend, Johnny Cash, Ziggy Marley, Sinéad O’Connor e Adele.

Minha versão favorita é esta aqui de “Not Dark Yet”, da banda Californiana Silversun Pickups. Enjoy!


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Google na Cabeça

Imagine chegar a uma festa e encontrar um bando de pessoas estranhas. Enquanto você procura esperançosamente por um rosto conhecido no meio a multidão, o seu celular toca. Do outro lado da linha está o seu amigo - aquele que deu o endereço do lugar e falou que chegaria 15 minutos atrasado. Você suspira aliviado, mas logo vem a bomba. “Putz, surgiu um imprevisto e não vou conseguir aparecer por aí. Espero que a balada esteja boa. Te ligo mais tarde. Tchau”.

Controlando o súbito impulso assassino contra seu amigo, você mete a mão no bolso e saca um par de óculos. De repente, com o acessório já na cabeça, letras, números e imagens começam a saltar diante dos seus olhos. Logo você descobre que o cara de suéter azul no centro da sala se chama Roberto, tem 32 anos, trabalha como dentista, escuta Radiohead e não perde um episódio da série Med Man”. Roberto é conhecido do Eduardo, seu melhor amigo da época do colegial, e vocês três já foram pra balada uma vez juntos. Ao lado dele, segurando uma taça de champagne, está Natália. Você nunca a viu antes, mas ambos têm amigos em comum. Ela é de Sagitário, adora comida japonesa, pratica natação e “aaaaaaama” assistir a filmes europeus comendo brigadeiro de panela. Ah... claro... está solteira.

O que parece ser o enredo de uma comédia romântica está muito mais próximo da realidade do que da ficção. Ao menos é o que garante uma reportagem publicada recentemente pelo The New York Times. De acordo com o jornal, pesquisadores e engenheiros do Google vem trabalhando insistentemente na criação de óculos inteligentes. A ideia é que o acessório funcione como uma espécie de smartphone e forneça dados sobre lugares e pessoas. Entre os serviços, estaria  o reconhecimento facial. A pessoa-alvo teria seu perfil disponibilizado graças a informações que ela publicou em redes sociais.

Ainda segundo o Times, os óculos vão contar com internet sem fio (wi-fi), software Android e tecnologia 3G, ou 4G. O usuário deve interagir com o menu mexendo levemente a cabeça. A expectativa é que o produto chegue ao mercado ainda no final deste ano e que custe entre $250 e $600. O design será parecido com o modelo de óculos-escuros Thump, da Oakley. O Google não comenta, nem confirma a informação.

O Exterminador do Futuro que se cuide!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

As Musas de Biquíni

Com poucas exceções, americanos não comemoram o Carnaval. Por aqui, o feriado mais festejado no Brasil passa batido. Ninguém cai no samba, ou sai desfilando pela rua. Na cidade de New Orleans, porém, a realidade é outra. Lá eles celebram o Mardi Gras. Festa bacana e cheia de gente animada. Blocos na rua. Fantasias. Carros alegóricos. Jazz. Colares coloridos... melhor parar aí. O problema é que New Orleans fica lá embaixo do mapa, no estado de Louisiana, enquanto eu estou aqui, em Nova York, na parte de cima.

Mas nem por isso os americanos (os que sobram tirando os fanfarrões da Bourbon Street) deixam de fazer festa. O que muda é o tipo de celebração. Entre fevereiro e começo de março,  a maioria das pessoas, dos 8 aos 80 anos de idade, homens, mulheres e afins, correm para as bancas de jornais. Nesta época, chega a famosa edição das musas de biquíni da Sports Illustrated. Não é papo furado, nem tão pouco regado a grandes doses de testosterona. Falo sério. O lançamento da revista nos Estados Unidos é evento ansiosamente aguardado.

A Sports Illustrated Swimsuit Issue é publicada anualmente e traz fotos de dezenas de modelos em biquínis pequenos e posando sensualmente nos lugares mais paradisíacos do mundo. Musas consagradas como Naomi Campbell e Cindy Crawford já deram o ar da graça na revista. Neste ano, os ensaios foram feitos nos Estado Unidos, Austrália, Panamá, Zâmbia e Ilhas Seychelles (aposto que você nunca ouvir falar nestas ilhas, mas não se preocupe que vou ajudar. Clique aqui).

Todo ano, antes da edição chegar as bancas, o apresentador David Letterman recebe em seu programa (Late Show) diversas modelos e, após fazer muito suspense, finalmente anuncia quem é a garota da capa. No dia seguinte, a sortuda está sentada na poltrona ao lado de Letterman e é a entrevistada da noite. A escolhida de 2012 foi Kate Upton, 19 anos de idade e nascida na Flórida. O vídeo abaixo dá uma breve ideia do porque ela levou a coroa.

PS: lembra que falei sobre o sucesso da revista? Pois é, apenas para se ter uma idéia, a edição de 2005 da Sports Illustrated Swimsuit Issue arrecadou mais de 35 milhões de dólares em anúncios publicitários. 


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O Dilema.com de Barack Obama

Escrevi o artigo que dá titulo a este post para a Caros Amigos (matéria publicada aqui). De maneira muito integra e ética, a revista não publica fotos que não sejam de livre reprodução. 


Como TitioSam é um blog e não um veículo de mídia tradicional e com fins comerciais, disponibilizo aqui algumas das fotos da acalorada recepção de Barack Obama durante sua passagem pela Califórnia.


***


Barack Obama chegou à Califórnia, nesta quarta-feira, recebido como rei. Ainda no aeroporto internacional de Los Angeles, o presidente norte-americano foi recepcionado por dezenas de simpatizantes. Alguns acenavam, outros gritavam seu nome. Quase todos tiravam fotos. Sorridente, ele fez questão de dar trabalho aos seguranças, caminhar até o grupo e cumprimentar as pessoas que estavam mais próximas. Na mídia americana, imagens da triunfante chegada ganharam primeira página e destaque no horário nobre. Apesar do alvoroço, a popularidade de Obama segue na faixa dos 50%, segundo pesquisa CNN/ORC International Poll divulgada ontem. (Califórnia é historicamente um reduto democrata e recepção como esta jamais seria vista no Texas, por exemplo).

A visita do presidente à costa oeste abriu uma breve maratona de jantares e encontros sociais, onde ele espera arrecadar fundos para sua campainha à reeleição. A meta é atingir a casa dos 8 milhões de dólares até sexta-feira. O primeiro grande evento aconteceu na mansão de um conhecido produtor de Hollywood e contou com a apresentação da banda de rock Foo Fighters e aproximadamente mil pessoas. Mais tarde, em um jantar reservado para cerca de 80 convidados, Obama sentou-se à mesa com outros hollywoodianos, incluindo os atores George Clooney e Jim Belushi. O preço do menu: $35.800 por cabeça.

De acordo com o website OpenSecrets.org, que investiga a origem do dinheiro destinado a campanhas eleitorais, a Califórnia é o estado que mais ajudou a engordar os cofres do comitê político de Obama. De lá, também vem dois dos principais grupos de apoio aos democratas: a indústria de entretenimento e a indústria de tecnologia. A dor de cabeça do presidente começa aí. Desde que o congresso norte-americano decidiu adiar sua decisão sobre a polêmica lei anti-pirataria na internet, Hollywood e Silicon Valley estão em lados apostos do ringue.


O Duelo

Gravadoras e estúdios de cinema cobram uma política agressiva contra a pirataria virtual e a proteção de direitos autorais, propriedade intelectual e royalties. Enquanto companhias de internet, como Google, Facebook e Twitter, veem a medida como tentativa de censura e ataque à liberdade de expressão. A Casa Branca manteve-se neutra até então, mas a pressão para que o presidente tome partido na disputa vem crescendo. Os grupos envolvidos querem ter certeza de que não estão ajudando um candidato que pode vir a prejudicá-los no futuro.

A organização não governamental Media Access Project, que apoia a liberdade de expressão e o fluxo livre de informações, deixou claro que vai continuar combatendo o projeto de lei no congresso até que ele sofra “revisões substanciais”.  O ânimo para levar o embate adiante também vem do outro lado. A Motion Picture Association of America, que representa a indústria cinematográfica, deixou transparecer que alguns de seus membros “estão descontentes” com a apatia de Obama.

O presidente norte-americano encontra-se no meio de um fogo amigo e cruzado. Se escolher um grupo, perde apoio do outro. Se continuar calado, pode ficar sem ninguém. Como todo bom brasileiro sabe, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Não há Valentine's Day na Casa Branca

Hoje é Valentine’s Day nos Estados Unidos. Dia de declarações de amor, troca de presentes e jantares em restaurantes sofisticados. Na Casa Branca, porém, o clima é bem menos amistoso. Presidente Barack Obama e parte do alto escalão americano se reúnem com o vice-presidente chinês Xi Jinping, apontado como principal candidato à sucessão presidencial em Pequim.

Apesar do festival de sorrisos, cumprimentos e saudações, o tom do encontro é tenso. Principalmente em ano de eleição, quando candidatos exploram a conturbada relação entre as duas mais poderosas economias do mundo a fim de conquistar eleitores. Barack Obama, ciente de que abaixar a cabeça para Xi Jinping é dar munição aos rivais republicanos, assume uma postura menos cordial e mais agressiva.

O líder americano quer pressionar o governo chinês a permitir a natural valorização do yuan, combater os subsídios de Pequim à indústria manufatureira, e lutar por maior acesso de empresas americanas ao gigante asiático. Se o teatro político for deixado de lado e ambas autoridades abraçarem um debate sério, este pode ser um grande passo para a reestruturação da deprimente economia dos Estados Unidos.

No entanto, o que mais se tem visto por aqui é a banalização do tema. Ao invés de propostas, candidatos apelam ao preconceito e patriotismo. Abaixo, dois políticos na disputa por assentos no congresso norte-americano representam muito bem a falta de argumentos quando o assunto é abordado. 




sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mark Newman no especial do The Five O'Clock Shadow

Esta semana um cara muito bacana pintou aqui na rádio (WBAI) para fazer a trilha sonora da edição especial de três horas do “The Five O’ Clock Shadow”. Mark Newman chegou quieto e com o violão embaixo do braço. Estava atrasado. Sentou, bateu um papo de leve e começou a dedilhar uns acordes. Em menos de cinco minutos estava em casa. Soltou a voz e mandou super bem.

Não o conhecia, mas recomendo. Levada blues com influência de R&B e folk. Voz rouca de beber whisky no gargalo. Álbum novo “Walls of Jericho”. Mais músicas no MySpace. Site oficial clicando aqui. Enjoy!




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Grave o nome: Theophilus London

Descobri o rapper Theophilus London por acaso. Escutei o hit “Humdrum Town” em uma rádio online, gostei e fui atrás do vídeo no Youtube. Gostei de novo.

Theophilus tem um estilo de fazer rap que lembra Gnarls Barkley e Outkast. A batida de suas músicas trazem um pouco de soul, R&B, pop e punk. É o tipo de som que dá para dançar com as mãos no bolso e balançando a cabeça, ou arriscar alguns passos mais ousados e descontraídos.

Quinta-feira o rapper encerrou sua turnê (Tour de Roses) em uma das mais casas de show mais interessantes de Nova York, o Webster Hall, e tive a chance de vê-lo de perto.

Theophilus é cheio de energia e tem bastante talento. Precisa apenas ganhar confiança para poder alçar voos ainda mais distantes. 2011 foi um excelente ano para ele. Tocou no Festival de Cannes e no Festival Internacional de Jazz em Montreal.

Aos 24 anos, o cantor tem tudo para se tornar um dos grandes nomes do hip hop internacional. Tenha o nome Theophilus London em mente. Você ainda vai ouví-lo bastante.



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Curtindo a Vida Adoidado (Super Bowl 2012)

New York Giants lidera a partida. New England Patriots corre atrás do prejuízo. Tom Brady - marido de Gisele Bündchen - se empenha, mas está difícil para ele. Time out. O treinador chama e os jogadores saem de campo. Intervalo comercial. Levanto para ir ao banheiro. “Sit down!” grita o cara ao lado. Ok. O jogo recomeça. Mais alguns minutos e fim do primeiro tempo. Agora é minha deixa, penso comigo mesmo. Ameaço esticar as pernas e sou recebido com um estridente “Don’t move!”. Deus do céu, nunca imaginei que americanos fossem tão apaixonados por comerciais.

Não, assim como funciona para a maioria dos brasileiros, comercial é pretexto certo para atacar a geladeira ou xeretar o celular. Mas durante o Super Bowl as coisas mudam. E muito. Muito mesmo.

O Super Bowl – final do campeonato de futebol americano – é o evento televisivo mais assistido nos Estados Unidos. O deste ano quebrou o novo recorde com uma audiência de mais de 111 milhões e 300 mil pessoas, segundo estimativas da  empresa de pesquisa de mercado Nielsen Corporation. Pelo menos um em cada três americanos acompanharam o jogo.

De olho nesta audiência fantástica, empresas chegam a pagar mais de 3 milhões e meio de dólares por um anúncio de 30 segundos. Os comerciais são verdadeiras mega-produções ricas em criatividade, senso de humor e forte apelo emocional. Neste ano, chamo atenção para um em especial: o do novo Honda CR-V que deve chegar no mercado brasileiro em março.

O comercial faz uma releitura do filme clássico dos anos 80 “Curtindo a Vida Adoidado”. Desta vez, Matthew Broderick interpreta a si mesmo em um dia em que o ator resolve faltar a uma importante gravação para sair por aí e curtir o melhor que a vida tem a lhe oferecer. A propaganda faz várias menções ao filme original. Algumas são óbvias, outras mais sutis. Segundo a Honda, há pelo menos mais de 24 cenas que podem ser associadas ao longa.

Para a geração que cresceu assistindo à “Sessão da Tarde”, fica aqui o vídeo com sabor de nostalgia.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

The Oscar goes to... The Artist (Será?)

Faz algum tempo que deixei de acompanhar a cerimônia do Oscar com certa empolgação. No entanto, não virei as costas aos festivais de cinema. Ao invés disso, busquei refúgio em premiações que acredito serem donas de maior credibilidade e bom senso - características que faltam a muitos críticos – e, assim, passei a assistir de perto ao Festival de Cannes e ao Globo de Ouro. Em tempos onde o status de celebridade e a capacidade de venda associada à imagem do ator superam talento e competência, a entrega de estatuetas me deixa bastante entediado.

No próximo dia 26, a comédia dramática “The Artist” entra no Kodak Teather para disputar 10 prêmios, entre eles o de melhor filme, ator principal e direção (http://oscar.go.com/nominees). O longa tem tudo para deixar o tapete vermelho como o rei da noite: uma bela direção de arte, performances impecáveis e um roteiro brilhante. Ao mesmo tempo, “The Artist” desafia o que a Academy Awards tem reconhecido como qualidade nos últimos anos: é um filme mudo e em preto e branco, tem pouquíssimos efeitos especiais e, o pior de tudo, não é americano. “The Artist” é francês.

Justiça seja feita ou, então, au revoir Oscar. E até nunca mais!


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A Difícil Arte de Encontrar Onde Morar em Nova York


Desde que cheguei em Nova York tive a oportunidade de colecionar mais de 10 zip codes e uma lista de roommates com maior diversidade cultural que o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Dividi o mesmo teto com mexicanos, russos, alemães, japoneses, espanhóis, italianos, turcos e, claro, americanos. Sem contar um tímido coreano, Min-Young Kim, que não aguentou a distância da família e voltou para Daejeon quatro dias após desembarcar na Big Apple. Kim nem chegou a desfazer as malas por completo.

O aluguel em Nova York é reconhecidamente abusivo e é isto que impulsiona pessoas, muitas vezes sem afinidade alguma, a vencerem as diferenças e toparem o desafio de compartilhar o mesmo apartamento. A prova de que o mercado imobiliário anda hiper-inflacionado por aqui é o crescimento do partido político The Rent Is Too Damn High (www.rentistoodamnhigh.org). Jimmy McMillan, o líder dos inquilinos furiosos, conquistou 40 mil votos na eleição para governador em 2010. Cinco anos antes, quando brigou pela prefeitura, McMillan contou com o apoio de menos de 4 mil eleitores.

O que resta a todos com limitações financeiras é arregaçar as mangas e ligar o computador. A melhor maneira de encontrar um teto, ou um quarto para alugar, é no site de classificados Craigslist (www.craigslist.org/about/sites). O website é gratuito, não exige cadastro e coloca futuros inquilinos e proprietários em contato direto. Simples assim? Não, nem tanto.

Antes de iniciar a pesquisa é preciso ter em mente que nova iorquinos são, por natureza, excêntricos e diretos. E o Craigslist parece ter um dom cibernético sem igual para atrair e agrupar os tipos mais exóticos em um mesmo lugar. Navegar pelo website requer paciência, ousadia e uma boa dose de senso de humor.  Abaixo, relato alguns dos anúncios mais “interessantes” que encontrei como resultado de uma pesquisa básica por um quarto na faixa de 500 a 1000 dólares mensais na ilha de Manhattan. Para melhor compreensão, mantenho o trecho do texto que me chamou atenção em negrito e inglês, seguido pelo link direto para a página do mesmo e alguma observação minha.


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Prefer gay men only as we are living in close quarters...

Além das suspeitas reticências, o proprietário deixa também traços do próprio perfil aos possíveis interessados:

serious only
good looking dude here
masculine
mid 20s
sane
artist type
am negotiable on rent


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(NOTE: the landlord only speaks Chinese).
Este pode ser um grande problema caso seu aquecedor deixe de funcionar, ou algum cano estoure (coisas que acontecem com certa frequência).


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what type of vegetable you would be and why...seriously : )
Por algum motivo, o dono deste classificado acredita que a resposta para a enigmática pergunta pode ajudá-lo a escolher a pessoa, ou vegetal, mais apropriado para ser seu futuro roommate.


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No cats -- small dogs, guinea pigs or parrots, ok.
Nada de gatos! No entanto, cachorros, hamsters e papagaios são permitidos. Dá o pé, louro!


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$700 Nudist male seeks nudist female to share 2br. Gay friendly please
Fico na dúvida se o rapaz pró-naturalismo é de fato homossexual.


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RUSSIAN MODELS WELCOME
Este eu sei que não é homossexual.


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STRICTLY KOSHER kitchen
Feijoada e caipirinha não entram nesta cozinha. 

Destino: Nova York

Uma das perguntas mais frequentes que ouço de amigos e familiares é como encontrei um lugar para morar em Nova York. Alguns perguntam por curiosidade, outros traçam planos e procuram dicas e orientações. 

Apesar de não haver fórmula a ser seguida, a experiência ajuda a evitar erros e economizar energia e tempo. Na crônica "A Difícil Arte de Encontrar Onde Morar em Nova York", escrevo sobre o que funcionou no meu caso e espero, de certa forma, poder auxiliar quem passa por algo parecido.

O objetivo deste blog é compartilhar a Nova York que conheço e que não é necessariamente a mesma dos filmes de Hollywood ou dos guias de viagem. Seja bem-vindo.